Geraldo Borges
Ler um poema
É como olhar um quadro em um museu
Um poema é uma pintura
De palavras e imagens
O poema tem plasticidade
Perspectiva relevo sombra
Luz e mistério
Pulsa conforme os olhos do leitor
O poema é uma jóia
Gravada no coração de um diamante
Não apenas palavras e sonoridade
Ritmo rima e aliteração
É o galo madrugador da aldeia
O peso das ondas virando espuma nos rochedos.
Uma gota de tinta sugada pelo mata-borrão
Uma ligeira curva da linha da mão da mulher amada.
Um poema é uma criança brincando com os pés
Um mendigo esfarrapado na porta da igreja
Com uma mão mirrada e uma mosca no canto do olho
Uma coruja de olhos esféricos comendo o entardecer
Um poema é um ponto de interrogação no caos
O barro molhado na mão do oleiro
O pão nosso nem sempre de cada dia
Mona Lisa com seu sorriso sorrateiro.
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