João Carvalho
“Não se mire no abismo,
ele te engolirá”.
Nietzsche
Em verdes paisagens ando
e tento conter o pranto
meditando, vou buscando
sufocar-te no meu canto
Você é água, mas não pra minha sede
- minha sede ainda insaciada
você é luz, mas não tece a rede
dos meus sonhos com a amada
E nesta existência, todo
à beira do caos, à beira
a pisar em lodo
fico cheio de mágoa
a um passo da ribanceira
prestes a afundar-me na água
Um comentário:
Esse paradoxo acrescenta ao poema um tom de subjetividade intimista. O eu lírico busca um alguém que preencha sua alma:_ A poesia faz isso.
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