domingo, 15 de novembro de 2015

Salgado Maranhão



41)
Retorno à sala de confrontos: um
bicho que se sabe fênix -- sob frutos
do lixo e rejeitos de afeto. Tudo é
certeza vendida aos pedaços para
fazer dormir. Que posso eu cantar
no galho da memória? Plantaram-me
na pedraria sem limo, longe da brisa
e das sobras da enchente; ando em
toda parte e só vejo a morte (anfitriã
do medo) em seu labor implacável.
Assustado, toco em meu corpo e
sinto a dor do crepúsculo.

SALGADO MARANHÃO
______________
desenho: Gabriel Archanjo






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