domingo, 23 de agosto de 2015

CAVALGADA


Quando a crina do animal 
Encrespa-se ao vento morno
Há a certeza de possuir-se

As rédeas do mundo

O mundo sobe e desce 
Levando consigo paisagem e gente
No quadro completo que se vê
Sob o ritmo preciso do trotar

Os pés contornam o vazio
Mantendo o montante preso ao montado
Ambos unidos num equilíbrio
Efêmero e arriscado

As coisas são ultrapassadas
Ao sabor dos passos compassados
Do animal sob a provocação
Do cavaleiro ao sacudir as bridas


(Climério Ferreira)

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