Se eu disser que sinto medo
Não se espante muito
Eu às vezes sinto um medo danado
Um medo absolutamente sem razão
Apenas um medo medonho
Que não sei de onde vem
E nem sei do quê
Apenas medo
Esse sentimento me assalta
Em plena luz do dia
Nos momentos mais inesperados
Acho que vem de saber-se só
Só como se nasce
E como se morrerá
Só como em todos os minutos
Só na companhia de mil solidões
Numa cidade de pessoas sós
Meus amigos são solitários
Todo mundo é só
Todo mundo finge não ser só
E o ser humano ao saber-se só
Sente esse medo absurdo
Que eu sinto
(Climério Ferreira)
____________________________
desenho: Gabriel Archanjo
Nenhum comentário:
Postar um comentário