domingo, 8 de fevereiro de 2015

UM MEDO SÓ



Se eu disser que sinto medo
Não se espante muito
Eu às vezes sinto um medo danado

Um medo absolutamente sem razão
Apenas um medo medonho
Que não sei de onde vem
E nem sei do quê 
Apenas medo
Esse sentimento me assalta
Em plena luz do dia
Nos momentos mais inesperados
Acho que vem de saber-se só
Só como se nasce
E como se morrerá
Só como em todos os minutos
Só na companhia de mil solidões
Numa cidade de pessoas sós
Meus amigos são solitários
Todo mundo é só
Todo mundo finge não ser só
E o ser humano ao saber-se só
Sente esse medo absurdo
Que eu sinto


(Climério Ferreira)
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desenho: Gabriel Archanjo

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