domingo, 8 de fevereiro de 2015

MAGNA 2



Agora, 
teus mitos entram na fila
por um cigarro. Houve

um dia uma lança
e um reino,
cujas lendas reprisam
os povos e o mármore.

Devagar, 
as inscrições se apagam
na balbúrdia do efêmero;
e estátuas de sombras 
jantam teu crepúsculo.

Resta o som da memória
sob a escória que nos arrasta;

resta o arresto do sonho.
(E um certo mar
que nos grafou
tua alma mediterrânea.)

Ouvem-se fanfarras;
ouvem-se cantos litúrgicos
aos novos deuses do níquel.

Cuja insânia e acídia,
secam os olhos de Homero.


SALGADO MARANHÃO
(Do livro Ópera de Nãos)

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desenho de Antonio Máximo (Iemanjá)

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