(Edmar Oliveira)
Bem Gurion, principal fundador do Estado de Israel, certa
vez comentou algo assim: “Não faz sentido que os palestinos deixem de brigar
pela terra que tomamos deles. Quem nos deu esta terra foi Deus, mas os
palestinos não acreditam no nosso Deus”.
Portanto é uma guerra difícil de ter fim, baseada numa fé monoteísta
que exclui o deus do adversário. Alá e Jeová vão travar esta batalha pelos
restos dos seus dias com uma política de ódio que dispensa qualquer tentativa
de paz. E como os deuses monoteístas são eternos, criadores do céu e da terra,
só a destruição de um povo pelo outro pode matar o seu deus. Israel vem
provocando uma política de extermínio para destruir Alá. Jeová desistiu de Davi
e sua atiradeira. Preferiu armar seu exército com mísseis capazes de destruir as
populações palestinas na versão impiedosa de um Golias que tomou a estrela de
Davi para expulsar os palestinos da terra que também é deles. Cada vez é mais difícil a
Palestina existir. Duas pátrias num só país é uma tentativa fracassada de
tentar a paz entre os dois povos.
Era bom relembrarmos o surgimento do Estado de Israel pela
ONU, em 1948. O nosso embaixador Graça Aranha teve uma atuação importante na
definição do Estado de Israel. Mesmo que o representante do governo israelita chame o Brasil de anão diplomático, esse anão participou lá na criação do Estado do povo hebreu na Palestina. Israel reivindicava o antes na história do livro sagrado. A terra que agora era dos árabes fora a terra dos ancestrais dos hebreus. Mas a solução salomônica, da qual Aranha participou como principal articulador, não deu certo.
Há uma lenda, muito corrente no sertão, que a herança branca
dos nordestinos veio dos cristãos novos, conversão obrigatória dos hebreus para
escapar das fogueiras da inquisição. Esse parentesco poderia ter feito o
maranhense Graça Aranha, numa malandragem meio sem graça, ter oferecido o
nordeste para abrigar o povo hebreu.
Vocês imaginam Israel no sertão? Seria uma festa: a
irrigação do semiárido diminuiria a devastação da seca endêmica, os kibutz
israelitas tornariam o sertão num País de São Saruê do poeta de cordel. As terras improdutivas do
cerrado viçariam nas mãos dos cientistas de Israel, o verde jamais abandonaria
a caatinga e a flor do mandacaru seria mais um ornamento e não apenas
anunciaria a salvação do gado comendo sua palma de espinhas. A Asa Branca não
seria o agouro da seca e o sertanejo jamais mataria a Fogo-Pagô pra comer
avoante. O calango não precisava bater a cabeça com medo de ser morto pela
baladeira do menino. Os rios secos seriam perenes como o Jordão e era possível
um Jardim Suspenso no Seridó. A barragem de Paulo Afonso alargaria a represa
como o Mar da Galiléia.
O Estado de Israel tomaria o Ceará, Pernambuco e Paraíba
como centro da pátria sionista, o sertão do Seridó seria um verde coberto de
manás do Deus de Israel.
Mas a nova pátria abrigaria os sertanejos com cara de palestinos e nomes judaicos ou os expulsaria para uma faixa de Gaza no Piauí? Os Palestinos também não são irmãos dos hebreus, todos filhos de Noé?
Mas a nova pátria abrigaria os sertanejos com cara de palestinos e nomes judaicos ou os expulsaria para uma faixa de Gaza no Piauí? Os Palestinos também não são irmãos dos hebreus, todos filhos de Noé?
Vamos parar com o sonho do Graça Aranha. Ben Gurion tinha
razão quando disse que a terra de Israel foi dada por deus com a geografia que
povoa o velho testamento. Eles que briguem por lá. E eu vou acabar com esse
sonho maluco do Piauí ser a Faixa de Gaza com suas consequências...
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ilustração: montagem com um desenho de Gervásio e um tanque no deserto
2 comentários:
Ludwig Schwennhagen, em seu livro, Fenícios no Brasil, diz que aqui em sete cidades, era um grande centro ecumênico. afirmações perdidas nas areias da arqueologia.
DRENO
Gaza está em toda parte
doença crônica da humanidade
já não me importa.
É tão cruel olhar pro céu?
Lelê
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