domingo, 23 de junho de 2013

Mocinha do cântaro


 
Mocinha do cântaro e d'agua do poço,
que deixa a caneca cheinha pra sede
e vive entre tantas, e dorme de rede,
reserve um pouquinho de amor pr’este moço!...
 

Seu rosto festivo que um riso me cede
deixou sua imagem no fundo do poço...
reserve um pouquinho de amor pr’este moço
que, agora sem sede, o encanto lhe pede!
 

A agua da fonte tem vez e tem vida,
dum pingo de chuva à sua acolhida,
dum veio nascente à sua moringa...
 

Você, que lha busca, resguarda e consome,
faç’isso comigo, usando o meu nome –
se passe por dona da minha restinga!
 
(Juarez Montenegro)
 
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