domingo, 6 de novembro de 2011

Meu Rio


Geraldo Borges

Eu estou  fazendo  um rio só para mim
Suas águas  escorrem em minhas mãos
E o meu rio nunca mais terá um fim
A não ser correr para o mar na solidão.

Estou fazendo o meu rio desde a nascente
Ele desce a serra entre pedras pinoteando
E está crescendo e tem feições de gente
Exprimido entre as margens e galopando.

Eu estou fazendo o meu rio e ele me faz
Para em  suas  coroas  eu tomar banho
E de menino meu rio  tornou-se um rapaz.

E sei que nunca  terminarei de fazê-lo
Esse meu rio de nuvens que  amanho
Escorre de minhas mãos como um novelo.

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