Geraldo Borges
Eu estou fazendo um rio só para mim
Suas águas escorrem em minhas mãos
E o meu rio nunca mais terá um fim
A não ser correr para o mar na solidão.
Estou fazendo o meu rio desde a nascente
Ele desce a serra entre pedras pinoteando
E está crescendo e tem feições de gente
Exprimido entre as margens e galopando.
Eu estou fazendo o meu rio e ele me faz
Para em suas coroas eu tomar banho
E de menino meu rio tornou-se um rapaz.
E sei que nunca terminarei de fazê-lo
Esse meu rio de nuvens que amanho
Escorre de minhas mãos como um novelo.
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