domingo, 20 de novembro de 2011

GIORGI VASARI: A INVENÇÃO DO ARTISTA MODERNO


Edmar Oliveira

A Biblioteca Nacional está apresentando a exposição sobre Giorgi Vasari, dentro das comemorações do ano Brasil-Itália. Giorgi é um italiano de 500 anos. Enquanto a península ibérica descobria e explorava um novo mundo, em busca de riquezas, este italiano estava descobrindo o artista moderno do Renascimento, que saía das trevas da idade média procurando os valores que os antigos tinham do belo.

Se no novo mundo portugueses e espanhóis matavam os nativos na ganância violenta dos valores do futuro, os italianos, arqueológica e delicadamente, desenterravam o Coliseu, os gregos voltavam ao Olimpo, buscando na Antiguidade o sentido da vida negada na idade média. E o Renascimento foi a construção da arquitetura, da escultura e pintura moderna. Vasari foi um deles, mas ficou na história por ter colocado os renascentistas na história. É em torno do seu livro famoso “Le Vite de' più Eccellenti Pittori, Scultori e Architettori” que se coloca a mostra apresentada na Biblioteca Nacional.

Seu livro veio a público em 1550. A Biblioteca Nacional tem uma “edição”, que seria a segunda, de 1568. E mais duas outras. E foi no arquivo da instituição brasileira que a curadoria da mostra foi descobrir as ilações da obra com o que existia na idade que Vasari nomeia de moderna. O trabalho mostra a importãncia da instituição criada por D. João VI. Guiado pela “Le Vite” você pode fazer uma viagem de reconhecimento dos artistas que Vasari tirou do que chamou da “segunda morte”, o esquecimento. Mas descobrimos, surpresos e emocionados, que Vasali, como todo historiador, botou na “fita” seus preferidos, inclusive os contemporâneos Rafael e Michelangelo. Construindo, o autor da história da arte, a história como sua versão. Além de escrever, como já se fazia com os santos e ilustres da sociedade, sobre os escultores, arquitetos e pintores. Nomeados aqui de artistas, foram retirados da vala comum dos trabalhadores braçais. Porque o artista é mais que isso. Na época não era tão evidente como hoje.

Portanto, esta folha recomenda uma visita aos que estiverem no Rio de Janeiro. Pena que a exposição só vá até 11 de dezembro. Curadoria de Elisa Byington, com co-curadoria de Juliana Uenojo e januária Teive. O trabalho da irmã da Olívia, a cantora Byington, é primoroso. Mas tinha que colocar as duas meninas auxiliares, porque a Januária é minha filha, com muito orgulho do pai. Vão lá e confiram.  
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PS - a exposição vai ser prorrogada, o que é ótimo.

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