Edmar Oliveira
São assustadoras as previsões da ciência para o futuro do planeta. Se nada for feito para minorar os efeitos nocivos da civilização em pouco tempo teremos um planeta desolador. E quente. Geleiras do tamanho do Estado de Sergipe se desprendem do Ártico congelado e derretem como cubo de gelo nos oceanos. Se estiver certa a previsão, várias ilhas desaparecerão e o mar invadirá praias e arredores, refazendo a cartografia dos continentes. Montanhas geladas, como os Andes e Himalaia, já começam a derreter como nunca aconteceu, ameaçando os mananciais de água potável do planeta. E águas doces serão produtos de disputa entre nações. Metade da Amazônia terá virado cerrado com um crescimento do Nordeste rumo a oeste. As caatingas do Piauí invadirão o verde do Maranhão e uns dois Cearás brotarão depois do Pará. Neve em São Joaquim ficará tão difícil quanto em Teresina, que se destina a emprestar seu calor a outras paragens.
E assim sendo, parece que os líderes das nações ainda não sentiram a devastação por vir. A América se recusou a assinar o protocolo de Kioto, para não renunciar ao crescimento econômico desenfreado, que faz do tio Sam o dono do mundo. Deliberações climáticas, como a ECO 92, não deram resultados práticos para deter o aquecimento global.
Creio na dificuldade que os homens têm de evitar uma situação se não estão diretamente afetados por ela. Nada de cidades da Europa, do Japão ou mesmo aqui no Rio de Janeiro para se discutir o aquecimento global. Acho que se fizessem uma reunião de líderes mundiais para discutir este assunto em Teresina, num dos meses do b-r-o-bró (de setembro a dezembro), num centro de convenções sem ar condicionado, os resultados poderiam ser diferentes. Ninguém ia querer que o calor de Teresina chegasse nas suas cidades. E antes que me digam que estou “tirando onda” com minha cidade ou falando mal, posso afirmar o bairrismo contido nesta proposta. Defendo minha cidade, pois, se o aquecimento global vencer, Teresina sairá do mapa de locais habitáveis e leva consigo mais da metade do sertão...
20/11/2007
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