domingo, 18 de maio de 2014

Janela do trem


 
               Dando continuidade a editoração de  suas obras literárias Geraldo Almeida Borges, historiador, poeta, romancista, e cronista piauiense, lança mais um livro de crônicas  sobre a sua cidade. Desta vez trata-se de Estação Teresina (o trem do cotidiano), livro que retrata um antigo cenário, que se transformou à medida que uma nova dimensão do progresso foi se impondo na ordem  econômica do estado do Piauí, apagando o vestígio de velhos personagens que agora não passam de lembranças, e que, resgatados para  o contexto da crônica, viraram objetos de ficção.

O tema do livro são as recordações  da infância e mocidade do autor dentro de uma trajetória que aos poucos vai se esboçando, com o conhecimento das praças, ruas, igrejas, personagens,  e toda a arquitetura da cidade, que, aos pouco, vai se transformando, por imposição do progresso e da modernidade. O autor  recompõe, restaura  e conserva, em estilo sóbrio e ao mesmo tempo lírico  algumas paisagens de um momento  cultural de sua cidade.

 Nas paginas do livro o leitor terá a oportunidade de viajar como um passageiro, assim como eu,  que está voltando para a sua velha e querida cidade de antigamente, a qual ele deixou, e ao voltar apenas relembra como era nos tempos de antanho.

A leitura do livro  torna-se uma viagem ao passado, uma travessia no túnel do tempo. O leitor jovem vai  se surpreendera com informações   que enriquecerão a sua sensibilidade. O leitor velho, no passar dos anos, vai reconhecer momentos que presenciou e comungou com outras pessoas de sua geração. É como se Teresina, de outra época, ressuscitasse seus fantasmas no espesso calor das tardes, nas bocas da noite, com suas cadeiras nas calçadas.

A intimidade com que o autor trata alguns de seus personagens resulta de uma convivência anterior, de uma familiaridade  revivida no espelho da  imaginação.Alguns leitores atentos podem se reencontrar dentro do livro, se conseguirem ouvir um eco de lembrança de algum momento de sua vida. Poderão reler um rápido flagrante de sua vida real perpassada para o mundo da ficção.

No mais não precisamos dar  muita informação sobre o autor Basta dizer que ele conhecia muito bem a sua antiga cidade a ponto de  elegê-la como sua musa inspiradora. Estamos de parabéns por mais uma edição de uma de suas obras. E, no devido tempo, convidamos  o leitor para conferir.Aqui me despeço como um de seus personagens, companheiro de viagem .

                                                                                                                      Um passageiro

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