domingo, 21 de julho de 2013

LITANIA Nº 3


Há uma noite
incidente
aqui na janela
com seu pincel
de estrelas. A mesma
das ruas
e dos delinquentes.

... Dela se adornam as flores
e os assassinos
para vestir
sua túnica ancestral.

Não posso bebê-la
ou amarrá-la como a um
cão, nem sequer renegar
seus arcanos, mas
posso escandi-la
em minhas geografias.

Quisera olvidar
o teu nome, ó irmã
do inumerável!
porque frio é o chão
do teu silêncio
e deserta a estrada o medo.

Mas habitas meus rastros
-- feroz e sorrateira! --
sob a métrica do tempo provisório.



 Salgado Maranhão
(Do livro “O Mapa Da Tribo”)
desenho Amaral

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