Juarez Montenegro
Versos não me encomendem!... Não os faço
ao sabor dos clamores da ciência:
se perseguidos, migram para o espaço;
se convocados, fogem da premência.
Não os doma a vontade... Sem regaço,
os afetos soluçam de carência,
a razão esmaece de cansaço,
a linguagem não flui da inteligência.
Eis quando, resgatado penitente
de fúteis interesses, me refarto
na sintonia cósmica da mente,
quais imigrantes doutros universos,
em doloridos ais, como os de parto,
nascem ninhadas de canoros versos.
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