Paulo José Cunha
.
O livro não é o livro,
mas principalmente sua cor,
seu cheiro,
sua pele.
.
Além do livro,
a anotação tatuada em suas margens,
o reencontro marcado
no canto dobrado da página.
.
Mais que o livro
é o dorso puído,
a dedicatória quase ilegível,
a mancha de café
e o bilhete de namoro,
escondido entre as páginas,
cheio de maravilhosos erros de concordância.
.
Mais que as páginas,
o livro é o infinito de páginas da rosa ressequida,
por anos esquecida
dentro do livro
e de repente achada e lida,
e relida
em cada pétala,
em cada página da vida
revisitada
e
revivida.
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