domingo, 5 de dezembro de 2010

O livro



Paulo José Cunha

.
O livro não é o livro,

mas principalmente sua cor,

seu cheiro,

sua pele.

.

Além do livro,

a anotação tatuada em suas margens,

o reencontro marcado

no canto dobrado da página.

.

Mais que o livro

é o dorso puído,

a dedicatória quase ilegível,

a mancha de café

e o bilhete de namoro,

escondido entre as páginas,

cheio de maravilhosos erros de concordância.

.

Mais que as páginas,

o livro é o infinito de páginas da rosa ressequida,

por anos esquecida

dentro do livro

e de repente achada e lida,

e relida

em cada pétala,

em cada página da vida

revisitada

e

revivida.

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