Nos quintais daqui, principalmente nos abandonados, ou no meio do cerradão goiano, é tempo de surgirem as caliandras. A variedade de cor vermelha floresce em qualquer lugar, quando quer florescer, no meio do mato, nos depósitos de lixo, na terra seca. Conheço gente que já colheu com todo o carinho um pé de caliandra, plantou num jarro e a planta morreu ou não foi pra frente. Já nos quintais abandonados, sem cuidado algum, a danada da florzinha se dá muito bem, fica linda...
Um poema dedicado a essa moça bonita que recusa o cativeiro dos jarros e celebra a liberdade de espalhar sua beleza onde quer e entende. Nos anexos, algumas fotos pra quem não a conhece.
Abraços, boa semana!
As caliandras de fogo
.
Sinhô diga, por favor:
esses incêndios no mato
devastando bicho e gente
será que seijem por obra
das tochas das caliandras?
.
E o vermelhão no poente
mesmo que o céu fosse fogo
seria, sinhô me aclare,
via o vapor que alevanta
do sangue das caliandras?
.
E essa terra encarnada
do cerradão planaltino,
será se sêsse do sumo
vertido das caliandras
na lida de seu destino?
.
Por derradeiro, me avie:
será coisa do feitiço
ou praga das salamandras
meus olhos se desatarem
num estropiço de pranto
quando avisto as caliandras?
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