Graça Vilhena
A moça do sim entrou no bar
olhou em volta, o coração em flor
enfeitava-lhe os cabelos
cuspiu semente de noites pelos olhos
e preparou a boca ardentemente
para os beijos mudos.
Desapareceu na noite
gargallhou a madrugada
e voltou sozinha na manhã.
Tentou escarrar seu destino
no ralo da pia
mas o peso da lágrima
foi mais forte.
Transfigurada,
recolheu o coração
murcho de engano
fugiu no sono
e sonhou que vivia.
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