O rio das ilhas
Eduardo Borges
Da ponte que separa As cidades partes de mim, Chegam as imagensTurvas de águas submersas.O Parnaíba vindo de longe,Como um ateu perdido e desolado,Expõe-se entre ilhas vulcânicas,Tumores em seu tecido heterogêneo, Terras e florestas que emergem Dos muitos afogados esquecidosEm suas margens espectrais.Assemelhamo-nos, não na grandeza, Mas na pequenez do átomo, no submisso,No ser atingido sem saber reagir.Eu, o rio, as ruas, as pessoas e seus pés, Somos igualmente degeneração.
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subtraido de Sussuros
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