domingo, 12 de junho de 2016

Pontes e barcos do Parnaiba


 
foto: Paulo Tabatinga

(Geraldo Borges)


As três pontes que atravessam o velho rio Parnaíba, antigo rio das Garças são as seguintes,  em ordem de construção: a ponte da estrada de ferro, batizada de ponte João Luis Ferreira, e construída por um engenheiro alemão, aí pelos idos de 1930, e que mais tarde, dizem, deu cabo da vida. Quase todas as pontes têm os seus suicidas. Às vezes acontece de operários serem soterrados em suas pilastras. Às vezes acontece que pessoas desgostosas da vida  se atirem de seus arcos na voragem das águas. 

 Já na década de 1960, edificaram,  ali pelas imediações da Tabuleta, no tempo em que em suas eqüinas  existiam  rendez vous,  uma nova ponte. Essa de cimento armado, símbolo de  uma nova época, dando prolongamento a uma nova estrada,  que nunca foi asfaltada. E até parece abandonada. 

 Por fim temos a ponte da Amizade  que também é chamada de José Sarney. Essa ponte quase não  sai.  E por ela que os morados das duas cidades se comunicam e mantém a  sociabilidade possível  entre duas cidades rivais, quer dizer, construídas cada uma à margem do mesmo rio. 

 Na verdade quando Teresina chegou aqui em lombo de burros às margens do rio Parnaíba, com seu nome de princesa, Timon já estava lá atendendo pelo nome poético de  São Jose das Cajazeiras.  

Com o tempo vieram as pontes. Antes das pontes existiam os pontões 

E existiu as canoas  com motor de popa, rápidos e eficientes. Eu as alcancei. Num piscar de olho se estava na outra margem. Havia também canoas a remo e à vara para a travessia. 

 Hoje  existem barcos a motor, uma espécie de lancha coberta com um toldo, rivalizando com as pontes. Conseguiram resistir. De certa forma, pode ser uma atração turística.  

E muita gente que mora mais perto da beira do rio prefere pegar os barcos a motor a tomar os ônibus, que são circular, e demoram muito mais tempo e tem um péssimo serviço. Já nos barcos é quase como se você estivesse ao ar livre. Tomando vento nos peitos, metendo a  mão dentro da água, Você fica prestando atenção o manejo  do comandante do barco ali no leme. E algo quase primitivo. E pode olhar os carros correndo em disparada pelas pontes.  

Eu mesmo fiz muitas vezes esses passeios. È que gosto de passear de barco principalmente na hora do crepúsculo. É como se eu descesse  na linha do tempo, do meu tempo de menino, quando os barcos  eram as únicas pontes por onde  as pessoas podiam passar para um lado ou outro do rio .

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