Recebi um e-mail de um amigo com algo assustador. Falava que
teremos em breve a 4ª Revolução Industrial e alertava para que a nova geração
se preparasse para escolher profissões para o futuro.
Primeiro vinha uma constatação, facilmente entendida, de que
a Kodak, em 1998, tinha 170.000 funcionários e comercializava cerca de 85% do
papel fotográfico do planeta. Essa próspera empresa, três anos depois (no
começo do século XXI), requereu falência e extinguiu várias profissões do ramo
fotográfico após a popularização da fotografia digital. Ela, a digital, foi
inventada em 1975 e vinha claudicando pela deficiência de pixels, que quando
superada destronou a poderosa indústria fotográfica.
Alerta então, no que chama de 4ª Revolução, para ao
crescimento exponencial da energia solar, que deixará obsoleta – por ser mais
cara – a energia das hidrelétricas, as usinas atômicas e até mesmo os arremedos
de cata-ventos da energia eólica. Quem viver verá.
Os aplicativos para smartphones, nas áreas do direito e
medicina, deixará sem emprego advogados, enfermeiros e médicos generalistas.
Nessas profissões só os super-especialistas sobreviverão. E atesta que já há aplicativos
para saúde e para consultas em direito básico que erram muito menos que a
consulta feita por humanos. Estarrecedor. Mas outras profissões, hoje
essenciais, também serão extintas (arquitetura básica, engenharia de cálculo,
circuito elétrico entre outras).
A indústria automobilística entrará em colapso com a expansão
dos carros elétricos e auto dirigíveis. E estes carros serão alugados em
locadoras, o que diminuirá os engarrafamentos de São Paulo e do centro do Rio
(também os de meio dia em Teresina). Ufa! Você pegará um carro num ponto e
entregará noutro (como já é realidade com as bicicletas). Decreta mesmo, para
minha alegria, que os enormes estacionamentos virarão parques para diversões e
piqueniques. E os carros auto dirigíveis serão tão seguros que os profissionais
das seguradoras perderão o emprego. Não deixei de sorrir da desgraça do meu
corretor que todo ano me cobra uma baba para que eu não perca o carro.
As impressoras 3D farão objetos do dia-a-dia de uso
exclusivo: sapatos, camisetas, calças, vestidos. Além de peças de reposição de
vários objetos. Imaginem a revolução. Os estilistas venderão programas, assim
como a indústria de objetos para casa e escritório. Dá pra imaginar?
No fim danei a ri do e-mail do meu amigo. Hoje as redes
sociais e os aplicativos de comunicação já deixaram obsoleto o velho e-mail.
Pouca gente ainda usa. E esse meu amigo o usou para falar do futuro com uma invenção
já obsoleta. Quiá, quá, quá!
Ri também porque fui pegar minha caixa de guardados das
velhas fotografias reveladas em papel. Tinha até as belas fotos em preto e
branco. E permanecem aqui comigo. Essas que a gente deleta não tenho muitas não.
Elas vão pras redes sociais e se perdem nas nuvens e você fica sem passado. Não
faça um álbum em fotografia de papel para lembrar do seu filho, que nasceu
agora, pra descobrir no futuro que as fotos do menino se desmancharam na nuvem.
Vou até postar minhas fotos de papel, escaneadas, nas redes sociais. Misturar
meu passado com o presente. No futuro não estarei mais aqui...
(Edmar Oliveira)
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