(Geraldo Borges)
Eu e meu colega moramos em um pequeno apartamento.
Somos estudantes. Vivemos de mesadas.
Hoje ele ganhou um carneiro de seu pai para
ajudar nas despesas da alimentação. Não temos lugar para guardar o animal.
Pediu – me para acomodá-lo dentro de um
cercado vizinho à casa de minha tia.
Falei com minha tia, ela disse:
- Tudo bem.
Ele trouxe o carneiro puxado por
uma corda. Abriu a porteira do terreno, amarrou o carneiro em uma estaca da e cerca,
com a corda afrouxada para que ele pudesse
ter mais liberdade de movimento.
No outro dia seria levado ao matadouro.
Meu avô chegou de noite para fazer uma visita ao médico. Parece que estava
caduco. E de manhã acordou muito cedo. As
ruas vazias, os passarinhos cantando. Ele pensava que estava na fazenda.
Chegou lá fora, e avistou o
carneiro dentro do cercado. Não estava acostumado a ver um carneiro sozinho
dentro de um cercado. Sempre via carneiro em bando, o rebanho. Estranhou. Olhou
para um lado e para outro. Não viu ninguém.
Abriu a porteira do
cercado e soltou o carneiro. Que ele fosse procurar o seu rebanho.
Quando fomos pegar o carneiro
para o sacrifício constatamos o fato. E saímos pelas ruas atrás
de seu paradeiro. Se ao menos ele berrasse Mas o bom cabrito não berra
Desapareceu. O que nos resta dele é apenas esta história..
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