Porque tenho fábulas
no lugar dos dentes,
resisto ao lento ruir
das vísceras, aceso
em minha própria lenda.
Fizeram-me desta íntima
sobra de relâmpago
... de que são feitas as palavras.
Desde então sou vários: o que ri
e o que rinha; e o que como estrelas
com farinha.
Cada cerco é um charco de espelhos;
cada sonho, um século a seco.
No entanto, o verso rruge,
ancestral como a pedra
e o galho de acácia.
Salgado Maranhão
(Do livro “O Mapa da Tribo”)
no lugar dos dentes,
resisto ao lento ruir
das vísceras, aceso
em minha própria lenda.
Fizeram-me desta íntima
sobra de relâmpago
... de que são feitas as palavras.
Desde então sou vários: o que ri
e o que rinha; e o que como estrelas
com farinha.
Cada cerco é um charco de espelhos;
cada sonho, um século a seco.
No entanto, o verso rruge,
ancestral como a pedra
e o galho de acácia.
Salgado Maranhão
(Do livro “O Mapa da Tribo”)
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ilustração: Escultura em metal "Metamorfose" de Braga Tepi, grande artista piauiense
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