Nascido no final do século II, Sebastião, de origem
francesa, foi um soldado romano já convertido ao cristianismo e querendo converter
as tropas de Deocleciano que, apesar disso, o tinha em alta estima. Descoberta
sua atividade “subversiva” foi condenado a ser flechado pelos arqueiros de Roma
para servir de exemplo. Mas não morreu dessa vez. Santa Irene lhe tirou as flechas
e curou suas feridas. Voltou à presença do Imperador para professar sua fé e
mostrar o milagre. Foi espancado até a morte dessa vez. Morreu aí de morte
matada.
Reza a lenda que São Sebastião foi visto entre as tropas de
portugueses, mamelucos e índios que expulsaram os calvinistas franceses do Rio
de Janeiro. Como a batalha aconteceu no dia 20 de janeiro, ele mereceu ser o padroeiro da cidade.
Os sincretismos tornaram o santo muito popular na cidade que
leva seu nome. Nos cultos de África é confundido com Oxóssi. Por causa das flechas
que se transformaram em ícone virou o caçador das florestas. Só que no Candomblé
é o caçador ou protetor dos caçadores, enquanto na Umbanda não é caçador de animais,
mas de almas e de homens, sendo a catequese seu maior objetivo, como o fora o
próprio Bastião cristão. Desde Oscar Wilde – que adotou o pseudônimo de
Sebastian para escapar da moral inglesa –, Sebastião ficou conhecido
mundialmente como um ícone pop-gay. Não se sabe se pela sua vocação de caçador
de homens ou pela bela figura imortalizada por Botticelli. Mas o santo, que na
legião romana era assumidamente cristão, assumiu a simbologia do homo erotismo.
Na Glória está a estátua do velho Bastião flechado de
guerra olhando a baía de Guanabara por onde os franceses foram expulsos. E viva o padroeiro São Sebastião no dia de hoje e a cidade que só aniversaria em 1º de março, data de sua fundação por Estácio de Sá.
(Edmar)
(Edmar)
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