domingo, 2 de setembro de 2012

O infinito


Paulo José Cunha

Tomei por arte
a pretensão do infinito
e uma ousada aspiração de eternidade.

Mas vejo Hemingway,
os dois canos da espingarda na boca;
Einstein mostrando a língua;
Villa-Lobos passando giz no taco de bilhar;
Picasso segurando aquela sombrinha;
a mão ingênua de Pasolini apoiando o queixo;
Rimbaud traficando armas na África;
Fellini de pés descalços numa praia de Rímini.

E eu aqui: caneta, papel
e dois tostões de poesia.

O infinito é maior.

Nenhum comentário: