O infinito
Paulo José Cunha
Tomei por arte
a pretensão do infinito
e uma ousada aspiração de eternidade.
Mas vejo Hemingway,
os dois canos da espingarda na boca;
Einstein mostrando a língua;
Villa-Lobos passando giz no taco de bilhar;
Picasso segurando aquela sombrinha;
a mão ingênua de Pasolini apoiando o queixo;
Rimbaud traficando armas na África;
Fellini de pés descalços numa praia de Rímini.
E eu aqui: caneta, papel
e dois tostões de poesia.
O infinito é maior.
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