domingo, 2 de setembro de 2012

1 versinho para o universo


 
O BANQUETE DOS ASTROS

 A enorme boca da noite
Crava seus dentes de nuvens
Nas últimas horas do dia
No lusco-fusco da tarde

É assim que os sonhos são devorados
No suave balanço das redes
Sob as vistas das estrelas
Que espiam da janela

Enquanto os corpos se despem da labuta
E pulsam de cansaço
Os astros são tragados pela boca do céu

A lua singra pelos tempos
Aplacando a turbulência com luz branda
Até que escureçam as cores do dia


(Climério Ferreira)

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