domingo, 9 de outubro de 2011

Soneto da Metrópole Globalizada


Cidade flamejante, rua ardente.
Tribos atrás da oferta inesgotável
De obter um simulacro razoável
De vida neste lodaçal de gente.

Tudo é som, cor, contatos visuais
Precários. Tudo se vende ou se aluga.
A globalização promove a fuga
Desses novos atores sociais:

Catadores de lixo, marginais,
Muambeiros nas calçadas, pivetes
Falando inglês, garotas da internet,

Milícias, michês de corpo sarado...
São os restos gerando capitais
Na cidade sob a lei do mercado.


Manoel Olavo, médico e poeta (veja em "Simetria do Aluvião")
Mouse sobre tela: Erotickiss de Paulo Moura (ver blog)

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