ENQUANTO O SOL NASCE E DEITA
Quando o sol
Alumia e queima
A terra do sertão
Tem jeito não
A gente é feito bode
Consegue sobreviver
E quando sol
Se deita e escurece o chão
Tem jeito não
A gente dá logo um jeito
De se alegrar e arder
Ás vezes
Em volta tudo seca
Falta arroz e feijão
Tudo é moleza e calor
Tem jeito não
Dentro da noite azulona
A gente ouve a sanfona
Tocando xote e baião
Tudo renasce de amor
A terra é também assim
Igualzinho somos nós
Basta chover um tiquim
Pro verde brotar do chão
Do verde sai melancia
Algodão e aipim
Milho, melão e jiló
Cebolinha e açafrão
Enquanto o sol nasce e deita
Nós nos deitamos e nascemos
(Climério Ferreira)
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