desenho: Zepa Ferrer |
Algo inacreditável acontece com a justiça neste país. A
nação espera há quase seis meses que o STF abra inquérito contra as inúmeras
acusações que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é portador sabido e
provado e suas excelências da Suprema Corte acham por bem debater se se pode
comprar pipoca do pipoqueiro da esquina para entrar no cinema ou se essa
atividade é uma exclusividade dos megaempresários das casas de diversão. Pipoca
numa hora dessas?
Parece inacreditável: o país em desgoverno, com um
parlamento golpista – no sentido mais torpe da palavra – e o judiciário ignora.
Provocado há quase seis meses sobre as falcatruas do notório bandido que
preside a Câmara dos Deputados, suas excelências adiam sua decisão, talvez por
achar os direitos sobre a pipoca no cinema mais importante de todas as querelas
que atravessam a nossa jovem democracia.
Talvez as “forças ocultas” queiram dizer que a nossa
democracia foi de milho a pipoca num estalar de dedos e lavagem de mãos. Talvez
o pipoqueiro da esquina faça uma concorrência desleal à pipoca do cinema – que custa
mais caro que o ingresso – e isso é a maior fonte de renda do nosso empresário
da diversão. Sem ela podemos ficar sem o bendito cinema de todas as tardes. E o
pipoqueiro e seu carrinho estão livres para aparecerem onde se junta qualquer multidão
e devem deixar a concorrência desleal que fazem na porta do cinema. Talvez eu
não tenha entendido a crucial importância do caso dado por “suas excelências”.
O fato é que a ladroagem do Cunhão continua impune. Nossa
democracia sofre apenas um arranhão para que os quarenta ladrões coloquem nossa
economia nos trilhos e prendam Ali Baba que ousou tocar no tesouro dos ladrões.
O fato é que viveremos mil e uma noites no inferno.
Mas “suas excelências” preferem se preocupar com a pipoca do
cinema e tão se lixando para que o milho da nossa jovem democracia exploda.
(Edmar)
O afastamento de Cunha na quinta feira, depois do artigo escrito, foi a vera ou de brincadeira?
O afastamento de Cunha na quinta feira, depois do artigo escrito, foi a vera ou de brincadeira?
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