domingo, 3 de abril de 2016

Liceu Piauiense




(Geraldo Borges)


            Jamais esquecerei o Liceu Piauiense.  Nome mais fácil de pronunciar do que Zacarias de Góis, personalidade  que marca sua presença oficialmente no pátio do colégio, na figura de um busto de bronze. Talvez os estudante do Liceu  nem estejam tão atentos à sua  biografia.

Pois bem. O Liceu representa um momento importante na minha vida escolar. Conheci-o no seu período áureo, em 1952, quando  a Praça  Landri Sales era apenas um largo, cheio de arvores, grutas de pedra, uma áreas de capim onde a gente jogava futebol, e  era conhecida popularmente como “Baixa da Égua.” 

Nesse colégio, fiz  o exame de admissão ao ginásio.Tive como professor de educação física o  Al lebre; Cunha e Silva era  o nosso professor de história. Não dava nota baixa aos seus alunos. Ninguém era reprovado em história com ele. Seu livro predileto, recomendado era  Historia Geral de Antonio  José Borges Hermida.

Muitas figuras que ainda são lembradas na historia cultural piauiense foram meus professores.  Arimethea Tito Filho. R. N. Monteiro de Santana, Lapa, Lisandro, Chico Cesar. João Alfredo, famoso mestre em História da America. Terminou indo mais tarde para a Universidade. Não sei como ele conseguia pronunciar os nomes bizarros das cidades pré-colombianas  dos Incas,  dos Mais e Astecas.

 Havia uma singularidade no Liceu que eu ia me esquecendo. Quem passava com a nota melhor, logo no primeiro ano, recebia uma bolsa de estudo para o resto do   ginásio e o clássico ou cientifico  no Colégio Pedro Segundo.  Um colega nosso da rua Campos Sales conseguiu essa proeza.   
     
            O Liceu  encolheu-se à sombra cinzenta de seu prédio, em plena decadência. Agora, parece que ressuscitou. Está novinho em folha. Fizeram uma reforma em seu prédio. Aumentaram o numero de salas de aula e outras dependências. Consertaram  o telhado. O negócio é saber se vai funcionar a contento dos alunos e professores. Ou é só aparência. Nem sempre novas estruturas que dizer novas perspectivas. Que o novo Liceu está cheio de fantasmas do passado nesses tempos  aonde a escola já não é mais  risonha e franca, e os professores estão  quase sempre em greve, e os alunos  desmotivados. 

Estamos em pleno inverno, estação das chuvas no Nordeste. E as goteiras voltaram a aparecer no telhado do prédio do Liceu.





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