domingo, 13 de junho de 2010

SALIPI - 8a. Edição


O Salão do Livro do Piauí teve sua oitava edição este ano. Entre os convidados, Afonso Romano de Sant’Ana, Márcia Tibiri, Teresa Melo, Ondjaki, Nicolas Behr, Marina Colassanti, Lísia Diniz, Paulo José Cunha, Marcos Freitas. Os três mosqueteiros, Cinéas, Wellington e Romero, estão há oito anos produzindo em Teresina um Salão do Livro que remexe a cidade num frenesi de fuçar livros e caçar conversa entre seus participantes. O D'Artagnan Salgado Maranhão, que sempre ajuda na festa, estava preparando a sua festa no Rio de Janeiro num lançamento esplendoroso de "A Cor da Palavra". Mas lá no Piauí, a velha praça Pedro II e o Teatro 4 de Setembro ficam muito pequenos tal a quantidade de gente na furdunça. Os miúdos fazem uma algazarra na troca do videogame e da televisão por um bicho vivo que se abre e sapeca letras na cara de curiosos fascinados. É um aprender de leitura que a cada ano se provoca em mais.

Tive a oportunidade de participar por duas vezes. Em 2008 fiz uma fala sobre o tema “Intervenção Cultural na (da) Loucura”. Interessante a curiosidade da rapaziada. Desta vez fui contar histórias do “Ouvindo Vozes” e me surpreendi no interesse do pessoal com o velho teatro abarrotado e provocando tantas perguntas, que não tive fôlego pra responder todas.

Mas de lá trouxe na bagagem um inventário fabuloso. Nicolas Behr, que conheci em Brasília, sua agitação característica e suas idéias maravilhosas: promete levar um fóssil de árvore petrificada, que se encontra no rio Poty, de uma tonelada para Brasília. Eu acredito no gigante. Lília Diniz, uma maranhense adubada ao cordel e aos tambores de criola com um livro maravilhoso chamado “Miolo de Pote”. Teresa Melo, poeta da ilha de Fidel, com sua poesia de um feminismo (yo no soy feminista, nunca!) delicioso. Promete juntar as poetas piauienses. Falei-lhe de Keula e de Graça, não são boas? Com Márcia Tiburi a conversa é filosófica, mas duma filósofa que todo mundo entende. Perturbadora no conhecimento e na beleza. A gente não sabe onde prestar atenção. Ondjaki, descobri um menino de alma velha, parece que lhe conheço desde a África, sem nunca lá estar. Ficamos amigos.

Foi isso que trouxe, além da amabilidade de Silvana, Karoline, Lucila e as outras meninas da organização que foram de uma competência impar. Meus irmãozinhos Paulo José, Cinéas, Marcos Freitas, Wellington e Romero, um papo de velhos que voltaram a infância. Foi muito bom a minha ida ao SALIPI. Não pelo que levei, mas pelo que trouxe...

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